Na última segunda-feira, dia 16 de abril de 2012, foi publicada a
lei que declarou o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira, uma
bela homenagem ao mestre que muito encanta a nós educadores e enche de orgulho
os brasileiros
Nascido
em Recife-PE é o maior pensador brasileiro da educação, com reconhecimento
internacional a partir da publicação da obra Pedagogia do Oprimido, em 1968.
Neste trabalho ele defende o processo educativo como ato político, pois,
segundo Freire, não há educação neutra. O educador combatia o que chamava de
“educação bancária”, na qual o professor simplesmente despejava informações aos
alunos, gerando alienação.
O
seu jeito de ensinar transformou-se em método, o Método Paulo Freire, como
ficou conhecido, sendo caracterizado por 3 passos importantes:
1º
Passo – Investigação Temática – O educador deve descobrir o que o educando já
sabe e, a partir daí, motivar seu educando a ampliar seu conhecimento.
2º
Passo – Tematização – Através de conversas e diálogos, descobrir o significado
das palavras ou temas geradores, levantados no 1º passo.
3º
Passo – Problematização – É a busca do sentido do conhecimento para a vida do
educando. Como Paulo Freire mesmo disse: “a leitura do mundo precede a leitura
da palavra”.
Seria injusto reduzir o Método Paulo Freire a pura técnica, pois,
mais que um método que alfabetiza, o trabalho do educador visava alfabetizar e politizar o povo
brasileiro. O mestre deixou bem claro esse objetivo afirmando: “não basta saber
ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no
seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse
trabalho.”
Esse
irreverente educador pernambucano nos deu aula, antes de tudo, de humanização e
justiça. Preocupado com políticas públicas de ensino, Paulo Freire foi
Secretário de Educação do Município de São Paulo, oportunidade
em que defendeu a implantação da escola-cidadã, na qual se ensina
"para" e "pela" cidadania, formando cidadãos alfabetizados
conscientemente, socializados, livres e felizes. E, sobretudo, defendeu a
valorização do professor.
Por essas razões e outras não citadas aqui é que Paulo Freire se
tornou mais que um educador admirado, revelando-se um verdadeiro revolucionário
da educação em nosso país, portanto, nada mais justo que ser aclamado como
patrono da educação brasileira.